quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Fotos





TEMPORADA 2008/2009





Começou a temporada de Cruzeiros 2008/2009! Como estamos com algumas atividades, aqui vão os que conseguimos registrar:

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

NOVO BLOG

Após a cobertura da XX REFENO (Regata Recife-Fernando de Noronha), sentimos a necessidade de criar um espaço para a indústria náutica de médio e pequeno porte, isto é, de barcos, lanchas, veleiros, catamarãs e todas as outras embarcações que não se enquadrem na categoria de "NAVIOS".

O "Blog Barcos e Velas" vem justamente suprir essa lacuna entre os temas que trabalhamos neste blog (Portos e Navios em Pernambuco) e as outras embarcações. Foi como um impulso, uma corrente que nos levou a um novo desafio que é lidar com um tema totalmente novo para nós, mas que a XX REFENO serviu de laboratório, serviu de experiência para que possamos levantar âncora e navegar neste novo mar e horizonte a nossa frente.

Que todos sejam bem-vindos ao nosso novo desafio!
Lembramos que, tanto neste blog, como no "Barcos e Velas", aceitamos artigos, matérias, reportagens. Participe dos nossos blog's.
Milvo Rossarola - Web Blogger

Link para o Blog "Barcos e Velas":

http://barcosevelas.blogspot.com

domingo, 28 de setembro de 2008

XX REFENO - PARTE 11 - O grande dia...






O grande dia...
Chegamos logo cedo e fomos ao PIC fotografar os barcos com calma.
Muitos ainda adormeciam a bordo, mas outros tantos já estavam se preparando para enfrentar o mar para Noronha.
Passamos diversas vezes pelos barcos e vimos as equipes se aprontando para a regata e, algumas ao ver a lente de nossa cam, acenavam, sorriam, faziam a maior festa.
Esta é a magia da REFENO: uma regata que une famílias e se torna uma grande festa, uma confraternização entre raças e povos.
O dia estava lindo e o Recife Antigo vestido glamourosamente para a grande regata, para o grande evento.
Navegar logo cedo por entre veleiros e catamarãs foi um sensação ímpar. Nosso trabalho estava chegando a sua plenitude, como a vida daquelas famílias chegariam em breve ao aportarem na ilha de Fernando de Noronha.
A largada em quatro baterias, foi o auge do evento em mares recifenses. O passeio e a apresentação de cada barco ao público presente mostra que a Refeno já faz parte do calendário de nossa cidade e dos eventos náuticos do país. Na verdade, a Refeno é o grande evento náutico brasileiro da atualidade no que se refere à regatas oceânicas... Era interessante ver o delírio do público a cada veleiro ou catamarã que se apresentava para ele. Era uma festa dentro e fora da água. Uma festa colorida pelas diversas velas cheia de cores dos barcos participantes. Só percebemos um barco com problemas técnicos, mas este conseguiu largar e fica a nossa torcida para que este chegue bem ao seu destino. Na questão de quem será o barco mais rápido, não acreditamos em novidades. Em breve faremos comentários específicos sobre isso. Cabe a nós desejar BONS VENTOS a todos e até a próxima matéria...

XX REFENO - PARTE 10 - A véspera da grande largada.


Todo o dia que antecede a um grande evento, é agitada, nervoso e trabalhoso! A Refeno não poderia ser diferente... Acerto dos últimos detalhes, das condições dos barcos, da compra de mantimentos... Enfim, uma correria de tripulações para um lado e para o outro. Estamos acostumados a organizar eventos na área educacional com um público relativamente grande, mas organizar uma regata é uma tarefa pra lá de complexa. Principalmente quando se trata de se relacionar com pessoas de diversas regiões do país e de outras nacionalidades. É uma infra-estrutura diferente da que estamos acostumados, mas percebemos que funcionou.
Este foi o dia que tivemos mais contato com os profissionais das diversas áreas que estavam atuando no evento.
Já percebia um pouco de cansaço, pois a jornada estava sendo longa. Percebi que para eles, a Refeno era um mundo que se abria. Para nós, o universo se mostrava diante de nós. Quando alguns barcos começaram a se deslocar para o PIC por causa da maré, começamos a sentir um pouco de tristeza: o evento está chegando ao seu final, pelo menos para nós que não viajaríamos para Fernando de Noronha...
Sabíamos que estávamos dando um passo com este nosso blog que jamais imaginaríamos dar. Novos mares a serem desbravados e navegados... Caminhar entre os barcos pelo cais do Cabanga Iate Clube, conhecer novas pessoas, novas estórias foi uma experiência sem igual, mesmo para quem já andou muito por essa vida...
Foram horas com famílias de velejadores e seus barcos...
Uma sensação maravilhosa...
Terminamos o dia, já era noite, no barco Aysso da família Schurmann realizando um velho sonho que era conversar com o Vilfredo
e com a Heloísa. Mas isso é assunto para outro dia...
Agora a ansiedade estava conce
ntrada na largada da REFENO...

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

XX REFENO - REGATA RECIFE - FERNANDO DE NORONHA - PARTE 9

Muitas pessoas têm nos ajudado nesse nosso trabalho na REFENO. Sem estas pessoas, jamais conseguiríamos realizar nossas matérias, nossas fotos. Nem terminou a REFENO, mas já agradeço a CLÁUDIA PROSINI - Assessora de Imprensa e a DANIELY da Assessoria de Imprensa.
Sem estas pessoas, jamais poderíamos estar realizando nosso trabalho.
Nosso mais sincero agradecimento.
Milvo Rossarola

Aproveitamos para divulgar o site com algumas fotos tiradas por nós na XX Refeno:

http://picasaweb.google.com/andarilhope/XXREFENORegataRecifeFernandoDeNoronha#

XX REFENO - REGATA RECIFE - FERNANDO DE NORONHA - PARTE 8



FAMÍLIA SCHURMANN


Durante anos da vida deste blogueiro, esta família foi a verdadeira representação de aventura, determinação e aventura.
Já perdemos as contas de quantas vezes assistimos o
filme O MUNDO EM DUAS VOLTAS que conta como a família refez a rota de Magalhães.
Para nós, conhecê-los era um grande sonho e este sonho foi realizado...
Nesta breve postagem, não vamos narrar o mo
mento da entrevista, quero dizer, da conversa que tive com Heloísa Schurmann, até mesmo porque tínhamos um roteiro de entrevista, mas a emoção tomou conta de nós e foi mais um bate-papo do que propriamente uma entrevista.


Ter estado a bordo do AYSSO foi um momento mágico, indescritível...
Conversar com a Heloísa, matriarca dos Schurmann foi uma experiência inigualável.

Acreditamos que todo o processo foi uma sensação indescrítivel, uma experiência de vida que, ainda sob o efeito da emoção deste momento mágico, preferimos escrever uma postagem especial nos próximos dias.
Com bastante calma, reflexão e emoção, este sonho realizado merece ser escrito com um cuidado especial que, neste momento, não temos capacidade de escrever.
Os Schurmann eram seres intocáveis para nós por jamais imaginarmos que um dia iríamos conhecê-los e hoje eles são um exemplo a ser seguido, tanto pelos objetivos, como pela relação familiar que têm entre si...
Por enquanto, deixamos apenas algumas fotos para atiçar a curiosidade...

No timão do AYSSO!

XX REFENO - REGATA RECIFE - FERNANDO DE NORONHA - PARTE 7

A antevéspera de um evento é sempre uma correria. Com a Refeno não poderia ser diferente: barcos sendo ajustados, suprimentos sendo adquiridos, kit's sendo entregues...Enfim, uma correria total! Para nós que estamos fazendo uma cobertura breve do evento, víamos aquelas pessoas correndo de um lado para o outro, preparando tudo para o grande dia. Em alguns instantes, ficávamos apenas observando. Em outros, tentando entender o funcionamento de uma regata e seus preparativos. No dia de hoje tivemos uma conversa com a medalhista olímpica ISABEL SWAN. Entre repórteres profissionais, este blogueiro aqui teve a oportunidade de dividir a entrevista com os mesmos.

Isabel está em Recife para participar da regata, juntamente com família no veleiro VENTANEIRO ESTALEIRO ATLÂNTICO SUL e, entre os diversos compromissos que estavam programados para ela, descobrimos uma pessoa simples, simpática, que vem de uma família de velejadores. Esta é a sua primeira competição após as Olimpíadas de Pequim. Mas, imediatamente após a regata ela partirá para Portugal para participar do Match Race.


Com o pai ligado diretamente ao Estaleiro Atlântico Sul, Isabel pretende vir treinar em Recife. Atualmente ela está residindo no Rio de Janeiro. Para ela o momento é de grande desafio: após competir na Classe 470 nas olímpiadas, ela parte para uma nova categoria: a LASER. Apesar da Laser ser mais simples que a classe anterior, Swan considera um novo desafio, uma nova etapa de sua vida. Não resta dúvida alguma que ela será bem sucedida nessa nova empreitada e cabe a nós que fazemos este blog desejá-la boa sorte e sucesso.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

XX REFENO - REGATA RECIFE-FERNANDO DE NORONHA - Parte 6 - Momentos que dispensam comentários





XX REFENO - REGATA RECIFE-FERNANDO DE NORONHA - Parte 5 - A chegada do ADRENALINA PURA

Como bom campeão que se preze, o ADRENALINA PURA chegou ao Cabanga Iate Clube com um pouco de mistério no ar. Não sabíamos que horas ele iria chegar, apenas que estava previsto para hoje. E ficamos na expectativa... O susto foi grande quando a assessora de imprensa da REFENO, Cláudia Prosini nos perguntou se já havíamos fotografado o Adrenalina. E ele já chegou??????????????????????? Já!... Aos nossos olhos, o grande campeão da REFENO surgia a alguns metros a nossa frente. Grande campeão e grande barco também devido às dimensões do mesmo. Para nós que fazemos este blog, o Adrenalina Pura dispensa apresentações e palavras. O nome do barco já resume o mesmo: ele é adrenalina pura mesmo! Falar em recordes? Ainda não! Só saberemos na chegada à ilha de Fernando de Noronha em breve... Acho que a XX REFENO dirá as palavras que não são ditas aqui. Preferimos que os barcos participantes escrevam por si só as próximas postagens deste blog e as páginas da REFENO.

XX REFENO - REGATA RECIFE-FERNANDO DE NORONHA - Parte 4


O mercado náutico está em plena ascenção!
A exigência de profissionais especializados se torna cada vez maior e isso percebemos nos bastidores da REFENO.
Existe um verdadeiro mercado, onde o profissional tem que ser cada vez mais especializado e experiente.
O nordeste sofre com a carência de cursos especializados para a área. Com isso, a demanda de profissionais também se torna reduzida.
Não podemos falar em números, mas estamos acompanhando na REFENO essa necessidade, até mesmo pela quantidade de profissionais estrangeiros nas embarcações.
Se faz necessária uma política de formação destes profissionais urgentemente na região nordeste, quem sabe até mesmo as instituições privadas desempenhem esta função.
É um mercado promissor e acreditamos que o nordeste deva ter urgentemente seus centros de formação de profissionais do mar.

XX REFENO - REGATA RECIFE-FERNANDO DE NORONHA - Parte 3




Ficar no cais do Cabanga Iate Clube procurando notícias, histórias de velejadores se torna uma aventura bem interessante, pois acabamos vivenciando uma vida que a grande maioria das pessoas tem vontade de ter, mas não fazem.
Navegar pela costa brasileira ou enfrentando os oceanos é um desafio para nós mortais, mas para estes homens e mulheres do mar, é uma atividade corriqueira. Encontramos famílias inteiras que fizeram dos seus veleiros e catamarãs suas casas e vidas.
Não temos idéia do que passa pelas cabeças destas pessoas que fizeram do mar sua moradia, mas escutamos histórias de aventuras, de viagens fantásticas, mas ao mesmo tempo relatos de momentos difíceis em tormentas no meio do oceano.
Para aqueles que não estão na beira do cais e que passam pela avenida em frente ao Cabanga Iate Clube, talvez só exista o glamour. Mas para aqueles que fazem parte da família dos mares, existe um preço a ser pago e as vezes ele é alto demais.
Mas, se alguém perguntar para um velejador, para uma velejadora e até mesmo para seus filhos se querem mudar de vida, tenho certeza que dirão um grande e sonoro "NÃO!"
"Navegar é preciso, viver nem sempre..."

XX REFENO - REGATA RECIFE-FERNANDO DE NORONHA - Parte 2


Conheci Marcelo Gusmão logo no nosso primeiro dia de cobertura da REFENO.
Por sugestão da Assessora de Imprensa Cláudia Prosini, tivemos uma breve, mas bem interessante conversa com este velejador solitário que terá dois tripulantes na REFENO.
Marcelo já é conhecido no meio náutico por navegar soltário no seu barco batizado com o nome MOLEQUE.
No trecho Florianópolis - Recife, Gusmão veio solitário. Navegador profissional, ele realiza ações sociais por onde passa e em Recife não foi diferente e, com certeza, quando estiver em solo Noronhense teremos mais uma vez o velejador engajado socialmente promovendo suas ações.
Ter conhecido este velejador para nós foi uma verdadeira honra.
Indicamos o site do Marcelo Gusmão para quem quiser acompanhar as suas andanças pelos sete mares:

www.marcelogusmao.com.br

XX REFENO - REGATA RECIFE-FERNANDO DE NORONHA - Parte 1

Prezados e prezadas internautas: Este ano estamos fazendo a cobertura da XX REFENO.Sem dúvida alguma, o maior evento náutico do país. E, ao nosso ver, o mais tradicional e empolgante. Para quem já teve a oportunidade de estar na proa de um barco e ver aquela ilha crescendo, sabe do que estamos falando. É uma emoção que não se pode descrever em simples palavras. Talvez esteja aí uma das magias desta regata.Como comemoração aos seus vintes de mares navegados, a REFENO está realizando diversas ações sociais em conjuntos com os velejadores, a Fundação Altino Ventura e outros órgãos e entidades que estão apoiando a Regata. Entre as ações, exames oftalmológicos nas comunidades próximas ao Cabanga Iate Clube, kit's escolares e protetor solar para os pescadores. Estas ações comunitárias fazem com que a Regata adquira uma importância social relevante para as comunidades próximas. Em suma: a REFENO ganha cada vez mais um caráter social e esportivo. Por problemas técnicos, não estamos podendo atualizar o blog todos os dias, fato que devemos resolver nas próximas horas. Pedimos desculpas aos nossos internautas por esse pequeno atropelo. O evento não se resume somente à regata no próximo dia 27. Temos toda uma série de eventos que ocorrem nessa semana que antecede a grande largada. Hoje, dia 24, podemos assistir às palestras "Navegação Oceânica e noções básicas de resgate de homem ao Mar – Prof. Maurício Castro, idealizador da REFENO" e "Ecologia e Ataques de Tubarões na Região Metropolitana do Recife, ministrada pela Bióloga Emmanuelly Creio Ferreira".

Na primeira, o tema foi pertinente até demais com relação à regata: quantas tripulações estão realmente preparadas para um incidente de um homem ou uma mulher cair no mar durante uma navegação? Estes estão prontos para agir corretamente? Para nós que estamos engatinhando no meio naval, esta palestra foi de suma importância para uma maior compreensão de procedimentos que devem ser adotados por tripulações de embarcações de todos os portes. Em conversa informal com o Prof.Maurício já no final do dia, ressaltamos a importância da sua palestra, não só para nós, mas todos os participantes do evento. Muitos podem alegar que sabem destes procedimentos, mas nunca é demais informações sobre segurança. Ainda com o professor, que é o idelizador da regata, ele nos falou da importância dessas atividades paralelas e que, infelizmente para nossa triste constatação, o público é bem restrito. Velejadores querem ganhar os mares, mas talvez sentar-se um pouco para assistir as conferências não traga nenhum problema mais sério. Pelo menos essa é a opinião deste blog...

Logo após, a bióloga Emmanuelly Ferreira deu um verdadeiro show ao mostrar os tipos de tubarões existentes e um relato de como se encontram as pesquisas e o trabalho de prevenção de novos ataques na costa pernambucana. Percebemos que o grande trabalho seja conscientizar as pessoas do perigo iminente destes ataques e como se prevenir. Nunca é demais lembrar: nós estamos invadindo o habitat natural dos tubarões. Afinal, até hoje não vi nenhum tubarão caminhando pelo calçadão da praia de Boa Viagem. Enfim, estas atividades acontecem dentro da programação oficial do evento e acreditamos serem de fundamental importância, não só para os velejadores, mas para o público em geral. Na próxima postagem: Uma conversa breve com o navegador Marcelo Gusmão. A chegada do Adrenalina Pura. Conversas no cais do Cabanga Iate Clube.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Pré-sal!

Geralmente não publico artigos de outros órgãos de imprensa, mas este é muito importante. Foi publicado no Jornal Valor Econômico:

O Pré-sal e o Enigmático Futuro Brasileiro
Carlos Lessa professor-titular de economia brasileira da UFRJ

Toda profissão tem cacoetes lingüísticos. O geólogo brasileiro denomina os campos submarinos de petróleo existentes abaixo de um enorme e espesso lençol de sal de pré-sal. O geólogo ordena o mundo de baixo para cima. O sal dificulta e encarece a extração, porém preserva um óleo leve e de ótima qualidade.

Fortes evidências levam a crer que há 130 milhões de anos começou o Desquite entre África e América do Sul. No meio, surgiu um lago que, crescendo, dá origem ao Atlântico Sul. O material orgânico foi sepultado debaixo do sal; posteriormente, outros elementos se depositaram. A combinação de temperatura e pressão converteu a matéria orgânica em petróleo. Movimentos tectônicos deslocaram o sal; parte do petróleo migrou para cima das "janelas" de sal. A Petrobras localizou campos submarinos nestas janelas: Namorado, Marlin, Roncador e toda uma peixaria permitiram a auto-suficiência deste combustível. O óleo dessas jazidas não é o melhor - é pesado - porém é nosso; está em nossa fronteira marítima, pertence à Petrobras, e o Brasil é líder em tecnologia e ambições em águas profundas.

A Petrobras foi em frente. Perfurou ao longo do mar, desde Espírito Santo até a Bacia de Santos, em busca do pré-sal. Tudo leva a crer que Existam campos no mar em uma área de até 800 quilômetros de extensão por 200 quilômetros de largura. As estimativas oscilam entre 30 e 50 bilhões de barris no pré-sal - não é um delírio nacional, esta é a avaliação do Credit Suisse.

Hoje temos 14 bilhões de barris provados. Com Tupi, Carioca, Júpiter e seus "compadres", chegaríamos às reservas atuais da Rússia e da Venezuela. O óleo do pré-sal é leve. O Brasil pode confiar nos geólogos, cientistas, engenheiros e tecnólogos que desenvolveremos a tecnologia para estes campos muito profundos e com espessas camadas de sal. Ao Eldorado Verde da Amazônia, descobrimos um Azul, no pré-sal; um novo Eldorado pelo brasileiro e para o brasileiro. Este é o sonho. Pode-se converter em um pesadelo.

Os EUA consomem 25% do petróleo do mundo. O grande poluidor bebe, todos os anos, sete bilhões de barris. Tem reservas pequenas, apenas para quatro anos. Por isto, tem tropas na Arábia Saudita (260 bilhões de barris de reservas), e frotas navais no Oceano Índico; estimulou o conflito latente entre sunitas e xiitas, promoveu Saddam Hussein e deu fôlego a Bin Laden. Com o primeiro, alimentou o ódio ao Irã (100 bilhões de barris); com o segundo, sustentou a rebelião dos afegãos contra a URSS. Após o 11 de setembro, destruiu os talibãs e, desde então, acusou o Iraque (100 bilhões de barris) de dispor de armas nucleares. Destruído Saddam, não se descobriu nenhum armamento não convencional. Transferiu, imediatamente, para o Irã a acusação de estar se nuclearizando. Os EUA mergulharam de ponta-cabeça no Oriente Médio, pois têm sede de petróleo - aliás, a China e a Índia também.

Até o pré-sal brasileiro, o Novo Mundo não poderia saciar os EUA; o México já foi depredado (tinha 52 bilhões de reservas e hoje está com 17). O Canadá tem muita areia betuminosa (custos extremamente elevados de extração). A Venezuela tem reservas insuficientes para a sede norte-americana. Alguns países ficaram sem petróleo: a Indonésia exportou, participou da Opep e vendeu seu óleo a US$ 3 o barril, hoje importa a US$100 o barril. O Reino Unido não é mais exportador de petróleo no Mar do Norte; bebeu e vendeu demais. Este é o pano de fundo de um possível pesadelo geopolítico. Não interessa ao Brasil que o Atlântico Sul se converta num Oriente Médio.

A primeira pergunta que ocorre é: o petróleo do pré-sal é nosso? Logo depois: até quando? O neoliberalismo já promoveu nove rodadas de leilões. A ANP - instituição que no passado seria denominada de "entreguista" - pretendeu acelerar uma nova rodada nos blocos do pré-sal. Com clarividência, o presidente Lula suspendeu a rodada e solicitou à ministra Chefe da Casa Civil que estudasse uma nova legislação de regulamentação da economia do petróleo. Creio que Lula anteviu um possível "Iraque" em nosso território. O presidente sabe que a Petrobras pode, técnica e financeiramente, desenvolver Tupi e outros campos do pré-sal. Sabe que não se brinca com soberania na "Amazônia azul". Nossa Marinha de Guerra precisa do submarino nuclear; nossa Aeronáutica precisa de mísseis e da Base de Alcântara, porém quem garante que não seremos acusados de belicismo?

Conheço a ministra Dilma desde os tempos da Unicamp. Sei que é nacionalista e bem preparada; ela sabe que o preço do barril irá subir tendencialmente. É uma boa "aplicação financeira" manter petróleo conhecido e cubado como uma reserva estratégica; rende mais que os Títulos de Dívida Pública norte-americanos. Um fundo soberano, alimentado com uma parcela das reservas cambiais de nosso Banco Central, poderia subscrever ações e financiar a Petrobras. É mais estratégica esta "aplicação" do que apoiar o Tesouro dos EUA. Dilma sabe que a China fura poços e os mantém lacrados, preferindo beber petróleo importado em troca de suas exportações. Certamente, a regulamentação não será elevar royalties e contribuições especiais sobre o petróleo extraído do pré-sal por companhias estrangeiras.

A premissa maior é reassumir a Petrobras como empresa estratégica para o futuro desenvolvimento brasileiro e escudo protetor de uma geopolítica potencialmente ameaçadora. Para tal, é necessário retirar da companhia sua medíocre missão atual: "honrar seus acionistas". Aliás, o Dr. Meirelles, com o desejado fundo soberano, poderia converter o Banco Central em "acionista", recomprando as ações que os governos liberalizantes venderam para estrangeiros.

A diretoria da Petrobras, em vez de saber a cotação da ação em Wall Street, deveria estar articulada com o presidente da República, expondo ao Brasil o modo de manter o Eldorado em nossas mãos.

Carlos Lessa é professor-titular de economia brasileira da UFRJ.

Enfim o Atlântico Sul inicia suas operações.




Na semana passada, o Presidente Lula esteve no Estaleiro Atlântico Sul em Suape - PE para o corte da primeira chapa de aço para a construção dos navios e casco da P-55 naquela indústria.


O ato simboliza o ressurgimento da indústria naval brasileira e sua independência também no setor.


Com o ato simbólico, o presidente deu início a construção dos dez Panamax, do casco da P-55 e ainda de mais dois navios encomendados por uma empresa holandesa. O Atlântico Sul ainda poderá receber parte da encomenda destinada ao Estaleiro Mauá do Rio de Janeiro em função do atraso no cronograma do mesmo.


Enfim, o estaleiro de Pernambuco é o único dos virtuais que já está em operação. Ainda poderá receber encomendas da segunda fase do programa da Petrobrás de construção de sua frota naval.


Agora é aguardar o desenrolar dos acontecimentos mas, sem dúvida alguma, o corte da chapa de aço pelo presidente Lula representa o ressurgimento da indústria naval brasileira.

domingo, 17 de agosto de 2008

A PASSAGEM DE DORIVAL CAYMMI



Ontem, tivemos a passagem de Dorival Caymmi...
Não rotulá-lo de "bom baiano" porque Dori ultrapassou rótulos, estigmas.
Dori foi o próprio mar, foi o próprio homem do mar.
Ninguém com tanta maestria cantou o mar e a sua relação com o homem.
Dori fez mar e homem tornarem-se um só.
Para nós que fazemos este blog em que o mar é o tema principal, fica um pouco de orfandade, nos sentimos órfãos, sentimos sem o nosso pai...
Vejo o mar pela janela do meu quarto. Percebo que ele está triste pela passagem do nosso Dorival.
Talvez ele esteja agora junto com a mãe Iemanjá, com os marinheiros e pescadores que já foram
Acredito que o mar e ele sejam um só neste momento e para sempre.
Mas continuemos a cantar Dori e o mar.
Só nos resta agradecer por ter Dori andado por estas terras e ouvir aquele vozeirão:

"O mar...quando quebra na praia é bonito, é bonito..."

Obrigado Dori!
Obrigado...

terça-feira, 17 de junho de 2008

I Centenário da Imigração Japonesa - I Parte










Quando naquela manhã do dia 07 de maio me desloquei para o Porto do Recife para fotografar a Frota de Autodefesa japonesa para este blog, imaginei tirar umas fotos externas dos navios, pois sabia que não haveria menor hipótese de subir a bordo e o simples fato de registrar aqueles navios que pareciam terem acabado de sair do estaleiro e batido a quilha há poucos dias, já me seduzia e satisfazia. Era a primeira vez que tinha acesso por terra e sempre tive a idéia que vivemos em um país democrático, mas por uma questão de segurança, essas fotos deveriam passar pelo crivo prévio das autoridades competentes para que nada maculasse aquela oportunidade única que tinha em minha vida. Não é que esteja me submetendo à censura, mas determinadas fotos poderiam comprometer segredos militares ou a segurança do Porto do Recife e isso sempre respeitarei em virtude de leis e a confiança conseguida duramente por este blogueiro aqui.
Minhas fotos nunca seguiram os padrões fotográficos normais. Sempre procurei ângulos ou posicionamentos que geralmente os fotógrafos dos jornais comuns não fazem. Procuro fotos que não existem e, que muitas delas jamais serão publicadas até mesmo porque não sou do tipo que se expõe com as fotos tiradas. Quem sabe um dia não publico um livro com estas fotos. Por enquanto ficarão guardadas e trancafiadas a sete chaves apenas para o meu próprio deleite e talvez para o meu ego.
Terminada a seção de fotos, fui informado que haveria uma apresentação cultural dos membros da tripulação no Paço da Alfândega. Só na chegada ao referido local, tive a noção e descobri o motivo da presença da Frota de Autodefesa do Japão em águas brasileiras: a comemoração do centenário da chegada da primeira leva de imigrantes japoneses ao Brasil. Mal sabia eu que, inicialmente eram apenas fotos de navios, mas que depois se transformariam em uma matéria que está sendo escrita para este blog e que mudariam para sempre muitas das minhas concepções de vida e até mesmo sobre os japoneses. Percebi naqueles instantes antes de conseguir me comunicar com alguém da Terra do Sol Nascente que mais uma vez a história de dois países distantes geograficamente, mas tão próximos em seu modo de agir e ser, estava sendo construída por pelo menos mais 100 anos e eu estava ali como testemunha, como prova concreta da paz e humildade de duas nações...
Bem, isso é assunto para a segunda parte desta matéria.

I Centenário da Imigração Japonesa - II Parte
















Ao chegar ao Paço da Alfândega, minha primeira preocupação era encontrar alguém que falasse português e que pudesse me apresentar a algum militar da Frota para eu fazer as cinco perguntas duramente elaboradas porque meu inglês é do tipo macarrônico. Foi nessa hora que entrou em cena uma japonesa pequenina, magrinha, que talvez não se esperasse muito chamada Satoko.
Satoko foi a pessoa que serviu de contato direto com os japoneses e, sem dúvida alguma, responsável por esta matéria. Através dela conheci personalidades japonesas que irei citar mais adiante e obtive as informações necessárias para esta matéria que está sendo escrita uma semana depois da partida da Frota Japonesa, mas que continuará atual por longos anos, assim como a sabedoria japonesa na vida de nós, brasileiros, cidadãos do mundo, povo formado por diversas etnias que aqui convivem pacificamente. Não me interessa relatar ou fazer menções ao passado da metade do século passado. Faz-me ver um Japão como uma cultura de paz tão sonhada pelo nosso querido Nando Cordel. Em nenhum momento tive em minha mente aquele Japão que insistem em nos ensinar nas escolas. Eu vi um Japão de Paz e é este que retrataremos aqui.
Em minha conversa com a Satoko, ela me revelou que o evento fazia parte das comemorações do “Centenário da Imigração Japonesa” e pude observar em alguns banners que também se chamava “Ano do Intercâmbio Japão Brasil”. A programação era extensa e uniu as duas culturas de acordo com o folder que está nesta parte da matéria. A união entre duas culturas totalmente diferentes, mas que estavam se interagindo como se fossemos um só povo. Esta comemoração, de acordo com Satoko, foi decidida pelos representantes máximos de dos dois países há cerca de dois anos atrás e culminaria com a entrada da Frota de Autodefesa do Japão no porto de Santos – SP, no dia 18 de junho do corrente ano, justamente no dia em que o primeiro navio com imigrantes japoneses atracou no Brasil.
Realmente a chegada da Frota marcaria com chave de ouro as comemorações deste Centenário. A união de duas nações diferentes culturalmente e em outros aspectos sendo comemorado cem anos depois. Um povo que deixa seu país para ir morar em outro completamente estranho, diferente e talvez até mesmo arisco aos que chegavam. Mas foi um risco que os japoneses tiveram que correr e o resultado nós já sabemos. Talvez tenhamos ganhado mais do que ofertado, mas deixo isso para a sabedoria milenar japonesa...

CônsulGeral do Japão - Sr. Toshio Watanabe