Ao chegar ao Paço da Alfândega, minha primeira preocupação era encontrar alguém que falasse português e que pudesse me apresentar a algum militar da Frota para eu fazer as cinco perguntas duramente elaboradas porque meu inglês é do tipo macarrônico. Foi nessa hora que entrou em cena uma japonesa pequenina, magrinha, que talvez não se esperasse muito chamada Satoko.
Satoko foi a pessoa que serviu de contato direto com os japoneses e, sem dúvida alguma, responsável por esta matéria. Através dela conheci personalidades japonesas que irei citar mais adiante e obtive as informações necessárias para esta matéria que está sendo escrita uma semana depois da partida da Frota Japonesa, mas que continuará atual por longos anos, assim como a sabedoria japonesa na vida de nós, brasileiros, cidadãos do mundo, povo formado por diversas etnias que aqui convivem pacificamente. Não me interessa relatar ou fazer menções ao passado da metade do século passado. Faz-me ver um Japão como uma cultura de paz tão sonhada pelo nosso querido Nando Cordel. Em nenhum momento tive em minha mente aquele Japão que insistem em nos ensinar nas escolas. Eu vi um Japão de Paz e é este que retrataremos aqui.
Em minha conversa com a Satoko, ela me revelou que o evento fazia parte das comemorações do “Centenário da Imigração Japonesa” e pude observar em alguns banners que também se chamava “Ano do Intercâmbio Japão Brasil”. A programação era extensa e uniu as duas culturas de acordo com o folder que está nesta parte da matéria. A união entre duas culturas totalmente diferentes, mas que estavam se interagindo como se fossemos um só povo. Esta comemoração, de acordo com Satoko, foi decidida pelos representantes máximos de dos dois países há cerca de dois anos atrás e culminaria com a entrada da Frota de Autodefesa do Japão no porto de Santos – SP, no dia 18 de junho do corrente ano, justamente no dia em que o primeiro navio com imigrantes japoneses atracou no Brasil.
Realmente a chegada da Frota marcaria com chave de ouro as comemorações deste Centenário. A união de duas nações diferentes culturalmente e em outros aspectos sendo comemorado cem anos depois. Um povo que deixa seu país para ir morar em outro completamente estranho, diferente e talvez até mesmo arisco aos que chegavam. Mas foi um risco que os japoneses tiveram que correr e o resultado nós já sabemos. Talvez tenhamos ganhado mais do que ofertado, mas deixo isso para a sabedoria milenar japonesa...
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